Sim! Presentear faz bem! Dar presentes é algo tão constante em nossa sociedade que, às vezes, fazemos isso sem prestar atenção nos detalhes que envolvem esse ato. Um amigo fará aniversário e você vai em busca de um presente, experimentando até uma certa euforia. Antes disso, você vasculhou em sua memória uma lembrança que desse uma dica do que comprar para ele, do que ele gostaria de ganhar. E na hora que você, finalmente, entrega o presente, sente-se recompensado pelo seu esforço e pela alegria dele.
Essa é uma cena que se repete mundo afora, mas você já se perguntou por que presentear é tão satisfatório? Qual o motivo que nos traz essa euforia? Uma euforia conquistada, pois afinal, você teve que ir a lojas, encarar filas, trânsito, talvez até se aborrecer um pouco. Porém, apesar da trabalheira e cansaço, você se sente feliz e recompensado. Afinal, por que presentear faz bem?
“O coração é uma riqueza que não se vende nem se compra. Presenteia-se.”
(Gustave Flaubert)
Para encontrar nossa resposta, vamos começar com outra pergunta curiosa: como começou essa história de presentear? Será que era como hoje, pelos mesmos motivos ou tinha outro significado? Foi o Natal que deu início a essa tradição? Foram os Três Reis Magos que teriam inventado essa moda? Eles saberiam, então, responder por que presentear faz bem?

Vários historiadores e psicólogos já realizaram estudos sobre o assunto, em diversas partes do mundo, pois essa tradição acontece, praticamente, em todas as regiões do planeta. Na verdade, descobrimos que, de acordo com a cultura e a história de cada região, a resposta será diferente. Então, vamos lá conhecer como e por que alguns povos do passado e da atualidade trocavam e ainda trocam presentes.
Quando começamos a presentear? E qual a sua importância?
Povo Celta
Temos que saber o que estamos buscando e para isso precisamos de informações. Algumas pesquisas sugerem que, no ano de 800 a. C., os druidas já tinham esse hábito de presentear com visgo, uma planta considerada sagrada. Os druidas eram um povo indo-europeu considerado sábio dentro da cultura celta. Eles acreditavam que presentear com aquela planta, no início de cada ano, atrairia bons augúrios (significava uma mensagem de boas notícias e dias felizes). Para o povo celta, compartilhar era prenúncio de boa sorte.
Roma Antiga
Buscando mais indícios de como e quando surgiu esse hábito, vamos descobrir que na Roma Antiga havia um festival chamado de Saturnália, com celebrações chamadas de Saturnais. Durante este festival, era o costume visitar os amigos e presenteá-los com velas de cera ou figuras de terracota ou prata. A comemoração era por causa do solstício de inverno e o renascimento do ano. O início de um novo ciclo solar se tornou, em muitas culturas, a representação de um recomeço. Entre outras características daquela festa, também havia a troca de presentes, jogar dados, comer muito e beber exageradamente.
Grécia Antiga
Mais informações nos contam que, na Grécia Antiga, o costume era agradecer favores com presentes. Seria considerada uma afronta você não aceitar um presente ou não retribuir.
Cultura Cristã
Os presentes na cultura cristã nos lembram sempre o Natal, com os Três Reis Magos, trazendo ouro, incenso e mirra. Lembrando para quem já esqueceu ou nunca prestou muita atenção, o ouro fala da realeza de Jesus, o incenso nos remete a fé e a mirra simboliza a imortalidade.
Cultura Japonesa
Presentear, para o povo japonês, sempre foi uma prova, acima de tudo, de gratidão e de respeito.
Desde o embrulho começa o valor desse ritual. O pacote deve ser feito com muito cuidado e capricho. Não deve ser feito com a função apenas de embalar o mimo e sim demonstrar também o valor que o presenteado representa.
Outra curiosidade é que o presente deve ser ofertado com as duas mãos e, se for recusado, deve-se insistir; pois, na cultura japonesa, não aceitar o presente é sinal de humildade, por isso, deve-se insistir na entrega.

Cultura Judaica
Presentear, nas festas judaicas, também é comum. Nos casamentos, os noivos recebem um pouco de pão e sal: o pão significando que nunca falte alimento para eles, e o sal simbolizando uma sólida união.
É costume dar chocolates e outros doces nas festas de Ano Novo, desejando com isso que o novo ano seja, também, doce.
Cultura Afro–brasileira
A cultura afro faz parte das crenças brasileiras, sendo constante o costume de presentear nos rituais. Os presentes aparecem como oferendas de alimentos, perfumes e flores para os orixás (divindades da religião iorubá representadas pela natureza). É uma maneira de agradecer, fazer um pedido ou ainda, homenagear as divindades.
Rosas brancas, por exemplo, são ofertadas no mar ou na praia, para Iemanjá, no romper do ano novo. Na beira da praia são feitos pedidos de paz, amor e prosperidade.
Cultura Indígena
Os índios também consideram o presentear muito especial. Em algumas tribos, quando conseguem uma grande caça, é ofertada primeiro para alguém que seja importante para o caçador. Ou então a caça é dividida entre todos, mas o pedaço maior irá para aquele de quem se tem gratidão, mesmo que o próprio caçador fique sem pedaço nenhum.
O que nos leva a essa vontade?
Já vimos que essa tradição existe em várias culturas pelo mundo todo. Presentear é um gesto frequente em várias ocasiões, seja para demonstrar carinho, estreitar amizades ou fortalecer interesses comuns.
Existem situações já tradicionais em nosso dia a dia, como aniversários, formaturas, casamentos, batizados, chá de panela, bodas, Natal e amigo oculto. Não podemos esquecer, também, daqueles dias especiais: Dia dos Namorados, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças e outros.
“O valor de um presente não está naquilo que se dá ou faz, mas na intenção de quem o deu ou fez.”
Sêneca
Podemos considerar que um presente é um símbolo, com um significado especial variando na cultura e no sentimento de quem o oferece. Podemos dizer que a função de um presente é transmitir uma mensagem, seja de carinho, de respeito, de amor ou de amizade.

Muitas emoções estão envolvidas, tanto para quem dá o presente quanto para quem o recebe. Ao receber, percebemos que fomos lembrados, então somos especiais. Para quem nos presenteou, somos importantes de alguma forma. Gratidão, alegria, ansiedade, satisfação, muitos sentimentos nessa hora podem ser registrados. Acontece uma verdadeira troca de emoções.
E o que a psicologia nos diz sobre presentear?
Você gosta de dar presentes? Pois saiba que ao fazer isso você diminui os riscos de desenvolver depressão e ansiedade. Sim! Tudo porque você libera neurotransmissores e hormônios que atuam dessa maneira no seu organismo.
Na década de 1970, Robert Trivers, biólogo, defendeu num artigo que “o homem não é naturalmente bom e nem mau, mas possui uma generosidade recíproca”. Dar presentes demonstra altruísmo, e ser altruísta ou ter gestos altruístas faz bem para a mente e para o bem estar físico. Os riscos de estresse e ansiedade são, assim, afastados.
Ao presentear alguém estamos enriquecendo as relações humanas, pois estamos demonstrando o nosso afeto. Percebemos uma sensação de bem estar e de alegria.
Não estamos considerando que o presente foi comprado de qualquer jeito, simplesmente para se livrar de uma obrigação. Estamos falando do presente que você vai gastar seu tempo e energia, envolvendo sentimentos verdadeiros. Aí sim, você vai trabalhar sua empatia, vai realmente se colocar no lugar do outro e querer agradar. E é isso que faz a diferença.
Um presente tem essa missão, a de agradar, de surpreender, de proporcionar momentos especiais. Bom lembrar que não é o valor do objeto que vai trazer essa maior harmonia nas relações. É preciso ter percepção e sensibilidade para escolher o presente certo, sabendo que ele será realmente recebido com satisfação. Quando percebemos emoções positivas no outro ao receber nosso presente, nos sentimos satisfeitos com nossos próprios sentimentos e por termos conseguido nosso propósito.
O Natal além do consumismo
O Natal, festa considerada religiosa, uma celebração cristã, teve sua origem em festas pagãs da antiguidade, em que os romanos comemoravam a chegada do inverno. O deus Sol era cultuado e outras celebrações aconteciam para marcar a renovação da vida.

O Natal, hoje festejado pelo mundo Ocidental, é um dos momentos mais significativos da história cristã, pois celebra o nascimento da figura mais importante do Cristianismo, Jesus, no ano 1, em Belém, atual Palestina, e é considerado uma festa familiar, onde se reúne para a ceia de Natal e presentear amigos e familiares.
Alguns símbolos são sempre usados no período de festas Natalinas, como o presépio, o Papai Noel e a árvore de Natal.
A mensagem de Natal, coloca Jesus como aquele que nasceu para aproximar o homem de Deus por meio da sua palavra que trazia ensinamentos e, também, por sua morte e ressureição.

Pode-se estranhar uma festa religiosa ser o momento em que as lojas do mundo vão obter o maior lucro. Independente desse possível estranhamento, nada nos impede de cultuar a fraternidade e a empatia. A imagem de Papai Noel com seu saco de presentes e o menino Jesus em seu presépio carregam um sentimento de esperança de que os homens podem e devem compartilhar bons sentimentos.
Os presentes que marcaram a nossa própria história.
Pensar em presentes é sempre bom, né?! Já parou para lembrar qual foi o presente da sua infância que mais tocou seu coração ou que fez você ficar alegre de dar pulinhos? Coloque sua memória pra trabalhar e recorde. Eu tive três que me encantaram e que a imagem ficou para sempre. O primeiro que me vem a mente, chegou num Natal. Eu, com uns 6 anos, recebi alguns presentes, mas um deles, em especial, me encantou. Era um jogo de chá, branco, todo branco, com alto relevo de flores, e com bandeja. Nossa! Tinha uma bandeja que era o mais sensacional!

Sempre gostei muito de pintar, mas minha caixa de lápis era comum, com 12 cores. Mas, num belo dia, fui presenteada com uma pasta preta, grossa, e descobri que era como se fosse um estojo. Dentro dela uma infinidade de lápis, de todas as cores possíveis e, ainda, algumas canetas de hidrocor. Meus 9 anos ficaram mais coloridos!
O terceiro presente, que não era só meu, pois seria dividido com meus irmãos, foi uma coleção de livros do Monteiro Lobato. Ler “Os doze trabalhos de Hércules” foi realmente uma delícia. Inesquecível para uma menina dos seus 10 ou 11 anos.
Então, tente relembrar! E, para valorizar sua busca, recorde também dos presentes não comprados, mas que chegaram até você, por meio de um olhar, de uma palavra, de um perfume…
Aproveite e lembre qual presente lhe trouxe mais satisfação em dar e, assim, descubra a sua própria resposta à nossa pergunta, porque, para mim, presentear faz muito bem!

Autora: Cristina Ramos
Agora que você já descobriu que presentear faz bem, que tal exercitar essa prática?? 😉
Fique à vontade para conhecer nossos artigos sobre presentes e, também, de comparação de produtos. Abaixo, você encontrará alguns dos nossos posts. Para ler, é só clicar em um dos botões ou nos artigos. Até lá!

EOS Master Comfort 12000 BTUs: Inverter ou On/Off?

Melhores monitores em 2025 – saiba qual é o melhor para você!
Referências
https://www.presenteverso.com.br/por-que-damos-presentes
https://www.sbie.com.br/por-que-dar-presente-e-algo-ate-mais-prazeroso-que-ser-presenteado