Dia das Crianças – O ato de presentear uma criança é uma troca invisível. Para quem recebe, um sorriso verdadeiro no rosto; para quem presenteia, uma invasão de felicidade no coração. Não há nada mais gratificante de ver, estampado no rosto de uma criança, aquela satisfação plena pelo presente recebido. Faz bem para a alma tamanho contentamento!
Quem nunca observou crianças brincando em um parquinho e, lá no fundinho do coração, um sentimento de querer brincar também? Sentimos, muitas vezes, uma certa inveja dessa fase da vida que, sem sombra de dúvidas, queremos reviver em algum momento de saudosismo. Já dizia Fernando Pessoa: ”Quando as crianças brincam / E eu as oiço brincar/ Qualquer coisa em minha alma / Começa a se alegrar.”
Não seria imperdoável que essas crianças, que tanto nos enchem os olhos, não recebessem presentes? Criança gosta de presente, sim! E sem datas específicas, já que qualquer dia é dia de ganhar presentes. Qualquer dia é dia para ser feliz, brincar e se divertir! Então, por que não comemorar o Dia das Crianças dando a elas mais um momento de felicidade com um belo presente?
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Origem do Dia das Crianças
A comemoração do Dia das Crianças foi estabelecida, no Brasil, na década de 1920, durante o governo de Artur Bernardes. No entanto, somente em 05 de novembro de 1924, o projeto de lei estabelecido pelo deputado federal Galdino Valle Filho foi sancionado por meio do Decreto nº4.867. Já a data de 12 de outubro foi uma jogada comercial, na época, da fábrica de brinquedos Estrela e da Johnson & Johnson. Não há uma data fixa para esse dia. Dependendo do país, a data pode variar.
A responsabilidade dos pais
Se hoje existe adulto de olho em brinquedos para si mesmo, imagine os pequenos. Ao se aproximar do Dia das Crianças, as lojas (principalmente as de brinquedo) ficam repletas de pais e filhos escolhendo seus “artigos de diversão”. E é nessa hora que há necessidade de atenção no presente certo a escolher.
Os pais são os maiores responsáveis, senão os únicos, pelos brinquedos utilizados pelos seus filhos. Não importa se o presente foi dado por terceiros. Os pais têm a obrigação de supervisionar de que maneira a criança ocupa seu tempo e se o brinquedo é adequado para ela.
A velocidade e quantidade de informação com que os jovens de hoje são bombardeados é absurda. Seja na escola, entre amigos, na tv, usando celular ou um computador, o conteúdo é imenso. Se deixarmos eles próprios escolherem o que acessar, o que assistir, podemos nos arrepender amargamente depois.
A internet veio para ajudar a todos, mas pode ser usada tanto para o mal quanto para o bem. Quem acessa é quem escolhe. Existem sites muito interessantes para lazer e educação; porém, se não houver uma certa fiscalização dos responsáveis, o resultado pode não ser o esperado.
Assim, em vez de passar horas diante de um computador, por que não desfrutar de um tempo com a família se divertindo com um quebra-cabeça, por exemplo, ou um jogo de tabuleiro?
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Os direitos da criança
“O ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – tenta garantir aos menores os direitos fundamentais que todo sujeito possui: vida, saúde, liberdade, respeito, dignidade, convivência familiar e comunitária, educação, cultura, esporte, lazer, profissionalização e proteção no trabalho.” (TJAC)
Dessa forma, cabe aos pais o papel de orientar suas crianças e/ou adolescentes a um comportamento do qual não se arrependerão.
Toda criança tem o direito de brincar, de ser feliz e de ser bem orientada por um adulto. Criança precisa ser criança. Não é nada saudável tratarmos uma criança como um pequeno adulto. Não há nada mais gratificante do que ver uma criança, com toda a sua inocência, descobrindo cada pedacinho de um novo mundo que se apresenta.
Celular não é brinquedo
Cenários cada vez mais comuns são crianças, bem novinhas ainda, de posse de um celular ou tablet. Onde está a interação com os pais? Hoje já existem muitos brinquedos que trabalham a mente das crianças e as entretém de forma mais saudável.
“Passar muito tempo em frente a telas pode influenciar negativamente no desenvolvimento da fala, das habilidades motoras e das competências sociais. Bebês de até dois anos não deveriam ter acesso a smartphones e tablets.O bebê se deslumbra com as imagens coloridas. Ou então choraminga e logo ganha o telefone celular. Essa é uma maneira efetiva, porém muito ruim para aquietá-lo. Smartphones ou tablets não servem para ser babás, e crianças de colo nem mesmo deveriam brincar com eles porque esses aparelhos têm um efeito negativo no desenvolvimento delas.” (disponível em www.terra.com.br)
Por que não apresentar a elas, então, a riqueza e o fascínio de se brincar ao ar livre, junto à natureza? Tantas crianças vivem “presas” dentro de casa em vez de descobrirem lá fora um mundo tão exuberante. Brincar ao ar livre é libertador, além de saudável. Passear de bicicleta, jogar bola com os amigos, brincar de horta, pular corda, esconde-esconde, brincar de pega-pega…Só o ato de correr ao ar livre acarreta uma melhor qualidade de vida.
Dia das Crianças tem que ter presente!
Presentear uma criança hoje com tamanha oferta que o comércio proporciona, é fácil, não? É tanta opção que ficamos perdidos às vezes.
É importante ressaltar que há brinquedos adequados e inadequados para cada criança. Ver a faixa etária, o tipo de material do qual é feito o brinquedo e se há algum tipo de periculosidade são alguns itens importantes ao se escolher um presente para dar a uma criança.
Uma boa escolha de presente é aquele que trabalha o lado cognitivo da criança, como brinquedos lúdicos que envolvem desafios, pensamento crítico, problemas, raciocínio lógico e que estimulem a criatividade.
Cada criança é única, portanto é imprescindível respeitar sua individualidade. Há aquelas que são mais reservadas, outras extrovertidas; algumas gostam de brincadeiras em grupo e outras preferem brincar sozinhas sem problema algum. Conhecer o jeito de ser e de pensar da criança faz toda a diferença na hora de escolher um bom presente no Dia das Crianças. A participação dos pais é importante também na hora da alegria.
Existe um verdadeiro universo de brinquedos, cada um com sua magia para encantar cada criança em um mundo ainda a ser explorado por ela.
Algumas dicas de presentes: bicicleta, patins, skate, cesta de basquete, jogos de tabuleiro, quebra-cabeças, bolas, livros, bichos de pelúcia, blocos de madeira, bonecos(as), fantasias, kit de miçangas para fazer pulseiras, bichos de fazenda(da selva…), playmobil, casas de boneca, jogo de boliche, corda de pular, brinquedos cognitivos, robôs, coleção de carrinhos, kits(de horta, de praia, de cozinha), Playstation… enfim, um mar de opções para se escolher. Isso sem falar nos pets. Há muitos animaizinhos que podem ser adotados. Tal gesto ajuda não só a criança a criar responsabilidade, como também ajuda o pet a ter um lar.
A infância é o início de tudo
A fase da infância é a mais importante da vida de um ser humano; é nela que registramos o início de tudo: dos sonhos, dos medos, das alegrias, das expectativas, do amor recebido e do amor dividido. Presentear é um gesto de amor, de atenção, de respeito com a criança que ainda engatinha na vida e que levará aquele sentimento bom durante toda a sua existência. Para validar o gesto de presentear as crianças, deixo aqui registradas as palavras da escritora Lya Luft: “A infância é o chão sobre o qual caminharemos o resto da vida”.
A autora – Ana Paula Ramos é pós-graduada em Língua Portuguesa pela FANELT (Niterói-RJ), foi professora durante 27 anos em Brasília, possui um blog sobre Língua Portuguesa (Ramos do Saber) e é colaboradora no site Mosaico da Vida.
Referências bibliográficas:
- SILVA, Daniel Neves. Origem do Dia das Crianças. Brasilescola. Disponível em: www.uol.com.br.
- www.pensador.com/fernando_pessoa_criança
- LUFT, Lya . Perdas e ganhos. RJ: Record, 2022.
Crédito de imagens:
Capa: Montagem no Canva com foto de Tatiana Syrikova